EVA: o que é a resina de etileno acetato de vinila e por que ela é tão versátil?

EVA

Na transformação plástica, escolher a resina certa é uma das decisões mais importantes para garantir qualidade, produtividade e eficiência. Mas nem sempre é fácil entender as diferenças entre os materiais disponíveis — especialmente quando falamos de copolímeros como o EVA.

O etileno acetato de vinila, mais conhecido como EVA, é um tipo de polietileno modificado que combina propriedades do etileno com o comportamento flexível do acetato de vinila. O resultado é uma resina extremamente adaptável, usada em setores tão diferentes quanto o calçadista, o elétrico e o de energia solar.

O que é o EVA e como ele é produzido?

O EVA é um copolímero, ou seja, é formado pela combinação de dois monômeros: o etileno (o mesmo utilizado na fabricação do polietileno) e o acetato de vinila. Essa união gera um material com estrutura mais flexível e elástica do que o polietileno puro.

A principal variável do EVA é a quantidade de acetato de vinila (VA) presente em sua composição. Quanto maior o percentual de VA, mais elástico e macio será o material.

  • EVA com baixo teor de VA tende a ser mais rígido, similar ao polietileno.
  • EVA com teor médio de VA apresenta um bom equilíbrio entre resistência e flexibilidade.
  • EVA com teor alto de VA se aproxima do comportamento de uma borracha, sendo bastante maleável.

Essa característica permite que o EVA seja ajustado para diferentes exigências técnicas, dependendo do setor e da função que ele vai desempenhar.

Propriedades do EVA: flexível, resistente e processável

O EVA combina algumas propriedades bem características:

  • Flexibilidade, mesmo em temperaturas mais baixas
  • Resistência ao impacto e à deformação
  • Boa adesão a outros materiais
  • Transparência e brilho, dependendo da formulação
  • Facilidade de processamento, podendo ser moldado por extrusão, injeção ou sopro
  • Isolamento elétrico, em versões com teor médio de VA
  • Compatibilidade com diversos aditivos e cargas minerais

Essas qualidades tornam o EVA um material interessante tanto do ponto de vista técnico quanto produtivo, já que ele oferece desempenho com facilidade de moldagem e ajuste às demandas do processo.

Para que serve o EVA? Aplicações industriais e técnicas

Graças à sua versatilidade, o EVA é usado em diversas áreas da indústria.

Veja algumas aplicações mais comuns:

Calçados

O EVA é muito utilizado em solados, palmilhas e espumas anatômicas por ser leve, confortável e ter boa capacidade de absorver impacto. Também permite moldagens com bom acabamento visual.

Fios e cabos

Por ter boa resistência térmica e flexibilidade, é usado em capas isolantes para fios e cabos, inclusive em ambientes onde o PVC não é recomendado.

Filmes e embalagens

O EVA pode ser processado em filmes coextrudados, que oferecem boa selabilidade térmica, brilho e resistência a rasgos. São usados em embalagens alimentícias e industriais.

Adesivos e hot melt

Por sua compatibilidade com aditivos, o EVA é base para muitos adesivos termofusíveis, usados em colagens técnicas e industriais.

Energia solar

O EVA também está presente no setor de energia, sendo aplicado em painéis solares como material de encapsulamento, protegendo as células fotovoltaicas de umidade e impactos.

O EVA pode ser reciclado?

Sim. Embora o EVA não esteja entre os polímeros mais reciclados, ele pode ser reaproveitado, especialmente em processos industriais de reaplicação. Alguns exemplos de uso do EVA reciclado incluem:

  • Pisos e tapetes técnicos
  • Solas de calçados populares
  • Materiais de isolamento

Além disso, por não conter halogênios nem liberar dioxinas ao ser processado, o EVA é considerado uma alternativa mais segura do que outras resinas, como o PVC, em determinadas aplicações.

O EVA é um exemplo claro de como uma mesma resina pode atender a múltiplas funções, dependendo do seu teor de acetato de vinila e do processo ao qual será submetida. Compreender suas propriedades e limitações ajuda engenheiros, compradores e técnicos a tomar decisões mais alinhadas às necessidades reais do produto final.

Quer continuar aprendendo sobre os diferentes tipos de resina e como eles impactam os processos industriais?

Explore outros artigos técnicos aqui no blog e aprofunde seu conhecimento sobre o universo da transformação plástica!

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